Em meio à Selic elevada, especialistas mostram vantagens e riscos de antecipar ou esperar
Atualmente, com a taxa Selic mantida em 15% e a expectativa de cortes apenas para o início de 2026, muitos brasileiros estão em dúvida: será que vale a pena financiar um imóvel agora ou é melhor esperar?
Embora o crédito esteja mais caro, alguns fatores indicam que antecipar o financiamento pode ser vantajoso. Por outro lado, adiar a compra pode trazer benefícios — desde que bem planejado.
Neste cenário de incertezas, especialistas em crédito habitacional realizaram simulações comparativas que ajudam o comprador a tomar uma decisão mais estratégica. A seguir, você confere essas projeções e entende quando financiar faz mais sentido.
Contexto atual: o impacto da Selic no financiamento imobiliário
Por que os juros estão altos?
Antes de mais nada, é preciso compreender como a Selic afeta o financiamento imobiliário. Como a taxa básica da economia, a Selic influencia diretamente os juros cobrados pelos bancos. Assim, quando ela está elevada — como agora, em 15% ao ano — o custo do crédito sobe consideravelmente.
Além disso, as instituições financeiras repassam esse custo para os consumidores, o que torna as parcelas mensais mais caras. Portanto, quanto mais alta a Selic, mais oneroso é financiar um imóvel.
Quanto os bancos estão cobrando hoje?
De acordo com dados recentes, a Caixa Econômica Federal oferece taxas a partir de 10,99% ao ano + TR. Contudo, dependendo do perfil do cliente e do tipo de financiamento, essa taxa pode chegar a 13,50% ao ano + TR em outras instituições.
Consequentemente, o custo total de um financiamento pode variar muito, conforme demonstrado nas simulações a seguir.
Simulações: financiar agora ou esperar?
Para ilustrar melhor a decisão, a especialista Daniele Akamine desenvolveu simulações com base em um imóvel de R$ 250 mil, com entrada de R$ 100 mil, utilizando os sistemas de amortização SAC e Price.
Comparativo de cenários
Cenário | Primeira Parcela | Custo Total Estimado | Observações |
---|---|---|---|
Juros baixos (7,93%) | R$ 2.191,07 | ~ R$ 660 mil | Menor custo, porém difícil de conseguir |
Juros altos (11,49%) | R$ 2.975,87 | ~ R$ 825 mil | Condição atual para maioria dos perfis |
Como se pode observar, mesmo pequenas variações nas taxas resultam em diferenças superiores a R$ 150 mil no custo final. Portanto, é essencial comparar as condições antes de assinar qualquer contrato.
Antecipar ou esperar? Vantagens, riscos e estratégias
Por que antecipar pode ser uma boa ideia?
Primeiramente, antecipar o financiamento pode proteger o comprador de uma eventual valorização dos imóveis. Se o mercado aquecer, como esperado com a retomada da economia, os preços podem subir rapidamente.
Além disso, quem financia hoje já garante seu imóvel e pode eventualmente renegociar a dívida caso os juros baixem no futuro.
E quais são os benefícios de esperar?
Por outro lado, quem optar por aguardar poderá aproveitar melhores rendimentos na renda fixa — que está extremamente atrativa. Com isso, é possível aumentar o valor da entrada e, consequentemente, reduzir o valor financiado.
Ademais, com uma possível redução dos juros a partir de 2026, as parcelas podem ficar mais acessíveis, diminuindo o custo total da operação.
Mas quais são os riscos de esperar?
Entretanto, esperar também envolve riscos. Caso os imóveis se valorizem, o comprador pode perder o timing e precisar investir mais futuramente. Além disso, o cenário político e econômico pode mudar, tornando o crédito mais restrito.
Logo, adiar o financiamento não é garantia de economia.
Qual é a melhor escolha para o seu perfil?
Embora não exista uma resposta única, algumas diretrizes podem ajudar:
- Se você tem estabilidade financeira e pretende morar no imóvel por muitos anos, antecipar pode ser uma estratégia segura;
- Caso você prefira aguardar um cenário mais favorável, aproveite o tempo para melhorar seu score de crédito e juntar uma entrada maior;
- Se você investe visando valorização, talvez esperar e aplicar o capital na renda fixa até 2026 seja mais rentável.
Portanto, a decisão ideal depende diretamente do seu momento de vida, planejamento e objetivos de longo prazo.
Dicas práticas antes de financiar
A seguir, confira algumas dicas essenciais para tomar a melhor decisão:
- Simule diferentes cenários usando plataformas de bancos e fintechs;
- Negocie diretamente com as instituições e veja se é possível obter taxas melhores;
- Considere usar parte do FGTS para reduzir o saldo devedor;
- Avalie o Custo Efetivo Total (CET), e não apenas a taxa nominal;
- Consulte um consultor especializado antes de assinar o contrato.
Conclusão: planejamento é a chave da boa decisão
Em resumo, tanto antecipar quanto esperar podem ser decisões acertadas — desde que tomadas com base em dados e planejamento. Com a Selic ainda elevada, o custo do financiamento é alto, mas a valorização dos imóveis pode compensar esse investimento no médio prazo.
Ao mesmo tempo, quem esperar pode ganhar poder de compra e negociar melhores condições no futuro. Por isso, o importante é avaliar os cenários com calma, fazer simulações e buscar orientação profissional.
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